Especialistas pedem monitoramento de químicos que podem permanecer na água e afetar sistema endócrino de humanos; até agora só há comprovação de malefício em animais
O anúncio da construção de estação de tratamento para que o esgoto seja transformado em água potável foi mais um capítulo da crise hídrica em São Paulo. De acordo com o governador Geraldo Alckmin, a água de reúso será matéria-prima para o fornecimento de água tratada para a Região Metropolitana de São Paulo. A decisão é apontada como solução para a escassez da água e preocupa especialistas na área.
“Tem como filtrar, mas é bastante caro e é praticamente impossível tirar tudo", afirma a professora do Instituto de Química da Unicamp, Gisela Umbuzeiro. A preocupação não está na concentração de coliformes fecais, que seriam retirados facilmente, o perigo está na retirada de químicos – como o hormônio presente em pílulas anticoncepcionais, além de componentes de medicamentos e antibióticos cujo processo de filtragem não seria capaz de eliminar.O químico Wilson Jardim, também da Unicamp, explica que é relativamente fácil fazer a remoção de microorganismos se comparado ao trabalho de retirar outros contaminantes, como os hormônios. “Como a exposição a esses compostos é crônica, possíveis males se manifestam décadas depois, ao contrário da exposição por patógenos, que tem resultados imediatos”, afirma.
José Carlos Mierzwa, engenheiro e diretor técnico do Centro Internacional de Referência em Reúso de Água da USP, é mais otimista sobre a segurança. “O reúso da água é seguro quando planejado e quando coloca o tratamento adequado para assegurar a qualidade da água.” O engenheiro ressalta que o País precisa ainda fazer uma legislação sobre o tema. “Ainda não temos uma legislação de água de reúso no País”, diz.

Olha realmente é o "fim da picada", desculpem a expressão, mas é a única que adequada a essa situação. Como sempre o povo que se dane! Eita, governo incompetente!(rs)

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