Baiano é cabra da peste. Pode ser uma ofensa para uns, mas para esse baiano arretado de forte, foi um dos homens mais rápidos da Terra. Muita gente nem sabe que um brasileiro, nascido na Bahia, em 11 de Julho de 1910. Foi um dos pioneiros nos estudos do efeito da aceleração G e da desaceleração no corpo humano. E quando assistir perceba que foi usado como um boneco dummy, só que ele era um homem de ferro, realmente e sofreu muito com esses estudos e foi usado como cobaia pelo exército americano, porque os testes eram mortais. E merece estar aqui no meu blog, por mais que tenha sido usado como um Dummy humano pelos americanos, mas graças a ele, muitos dos equipamentos de segurança estão salvando vidas no Brasil e no mundo!


Stapp foi selecionado pela Força Aérea dos EUA como "cobaia" de testes para medir a resistência humana a grandes acelerações. Desafiou a velocidade pilotando um trenó com propulsão por foguetes. Quando iniciou suas pesquisas, em 1947, estimava-se que um ser humano suportaria no máximo uma aceleração equivalente a 18g (18 vezes a força da gravidade). Stapp desfez essa barreira ao longo do seu processo de trabalho, experimentando mais picos de força g que qualquer outro humano. Por conta disso, sofreu inúmeras lesões incluindo membros e costelas quebrados, descolamento de retina e traumas diversos, que no decorrer de sua vida comprometeriam sua visão permanentemente por conta do rompimento de vasos sanguíneos em seus olhos. Em um de seus últimos testes com trenós movidos a foguete, Stapp foi submetido ao equivalente a 46,2 vezes a força da gravidade[3] . A contribuição para os projetos aeronáuticos que essas pesquisas trouxeram, além de fundamentalmente importantes, são largamente disseminadas e difíceis de quantificar.

Em 1949, Stapp bateu o recorde de aceleração. Não pôde, porém, festejar o feito. Os acelerômetros do trenó-foguete simplesmente não funcionaram. Desolado, Stapp encomendou ao engenheiro que o ajudava, o então capitão Edward Murphy Jr., diligências para identificar a falha. Não tardou a descobrir que um técnico ligara os circuitos do veículo ao contrário. No relatório em que informa sobre o malfeito, Murphy Jr. anotou: "Se há mais de uma forma de fazer um trabalho e uma dessas formas redundará em desastre, então alguém fará o trabalho dessa forma"[4] .

Espirituoso, carismático e popular com seus colegas e com a imprensa, um inveterado colecionador de eufemismos e adágios, a ponto de conservar um caderno de anotações sobre o assunto, Stapp, apoiado por sua equipe e pela cultura reinante no seu ambiente de trabalho, popularizou a expressão ao comentar em uma entrevista a jornalistas, o diagnóstico do auxiliar, resumindo-o na forma: "Se alguma coisa pode dar errado, dará" e estabelecendo aquela que viria a ser conhecida como Lei de Murphy.

A vida de Stapp foi dedicada à segurança aeroespacial em particular e à segurança em geral. O seu legado persiste até hoje através da popularização de equipamentos como o cinto de segurança, e da cultura de segurança automobilística que ajudou a criar e desenvolver, e que promoveria divulgando por muitos anos em conferências e entrevistas.
Foi um homem corajoso, um brasileiro predestinado por mais que o exército tenha usado seu corpo como cobaia, mas por dentro sabem que tinha a perseverança de um brasileiro duro na queda.

John Paul Stapp nasceu na Bahia, Brasil, em 11 julho de 1910, sendo o primeiro filho de Charles F. Stapp, missionário Batista.

Passou sua infância no Brasil; seus pais, ambos professores, deram-lhe as primeiras instruções escolares. Aos 12 anos, foi enviado aos EUA, encaminhando-o para a San Marcos Academy, no Texas, onde ele completou o curso escolar. Em 1927 ele ingressou na Baylor University, em Waco, Texas, graduando-se em 1931 em Zoologia e em 1932, em Química. De 1932 a 1934 ele atuou como instrutor de zoologia e química na Decatur Baptist College, também no Texas. Obteve seu doutorado em Biofísica pela Universidade do Texas, em Austin em 1940 e, em 1944, tornou-se médico pela University of Minnesota, em Minneapolis.

Stapp ingressou no United States Army Air Corps (USAAC), predecessor da Força Aérea dos EUA (USAAF), em 5 de Outubro de 1944. Em 1946, foi transferido para o Aero Medical Laboratory como diretor de projeto e consultor médico no Departamento de Biofísica. Sua primeira atribuição como diretor de projeto incluía uma série de vôos testando sistemas de oxigênio em aeronaves não pressurizadas a 40 mil pés (12,2 mil metros)[5] . Um dos mais desafiadores problemas com vôos de alta altitude era o perigo de doença de descompressão. O trabalho de Stapp resolveu o problema e uma série de outros tantos, conduzindo a geração seguinte de aviões a um novo patamar tecnológico, assim como aperfeiçoou as técnicas de pára-quedismo em grandes altitudes. Em março de 1947, Stapp foi escalado para o programa de testes de desaceleração.

Em 1967, a Força Aérea dos EUA cedeu Stapp ao National Highway Traffic Safety Administration, instituição responsável por conduzir pesquisas sobre segurança automobilística. Dr. Stapp reformou-se em 1970 no posto de Coronel da Força Aérea dos EUA.

Nos anos que antecederam sua morte, Stapp foi presidente do New Mexico Research Institute, cargo acumulado com a função de conselheiro da Stapp Car Crash Conference, evento dedicado ao estudo de acidentes rodoviários e busca por soluções voltadas para o aprimoramento da segurança dos automóveis.

Pioneiro da medicina aeroespacial, o Coronel Doutor John Paul Stapp faleceu em 13 de Novembro de 1999 em sua casa, em Alamogordo, Novo México aos 89. Entre suas condecorações constam: National Aviation Hall of Fame; Jet Pioneers of America; International Space Hall of Fame; Safety Health Hall of Fame; Air Force Cheney Award for Valor; e the Lovelace Award da NASA por pesquisas médicas aerospaciais.

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